Como avaliar a intoxicação alimentar infantil

A intoxicação alimentar infantil é uma doença que ocorre devido a ingestão de alimentos em mau estado de conservação contaminados por vírus e bactérias ou suas toxinas.
Como avaliar a intoxicação alimentar infantil

Sumário

Algumas causas menos comuns de contaminação são as por fungos, parasitas ou produtos químicos. Esta contaminação pode ocorrer durante o preparo dos alimentos, ou mesmo o fato de deixá-los expostos por muito tempo. Os principais agentes causadores são as bactérias Salmonella, Shigella, Escherichia Coli, Staphilococus e Clostridium e os Rotavírus.

A intoxicação ou envenenamento é a quinta maior causa de internação por motivos acidentais entre crianças com idade de zero a 14 anos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2019, 3.876 meninos e meninas dessa faixa etária foram hospitalizados por esse motivo.

Sintomas de intoxicação alimentar infantil

Os sintomas, que normalmente surgem horas após a ingestão do alimento contaminado, podem aparecer após dois ou três dias. Os mais comumente apresentados por uma criança com intoxicação alimentar são:

  • Diarreia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dor abdominal;
  • Febre;
  • Irritabilidade e choro excessivo (sobretudo em menores de um ano de idade);
  • Redução do volume urinário;
  • Torpor (em casos mais graves);

Precações importantes na alimentação

Crianças que não são tratadas de forma adequada ou tardiamente podem sofrer algumas complicações importantes. Desidratação, infecções graves e sepse, insuficiência renal, sequelas visuais e auditivas podem decorrer de uma intoxicação alimentar.

Há alguns alimentos que são como vilões para crianças e por isso devem ser evitados. São eles: alimentos crus, enlatados, alguns tipos de queijos, molhos (principalmente os industrializados), embutidos e frutos do mar. Todas estas restrições são indicadas para crianças, pois elas ainda não têm o seu sistema imunológico totalmente apto ao combate a determinadas infecções.

De forma geral, a higienização dos alimentos e a escolha daqueles que foram submetidos a algum processo de aquecimento para o preparo, como o cozimento por exemplo, são sempre indicados. Em crianças que usam dietas enterais administradas por cateteres posicionados no estômago ou no duodeno, deve-se evitar ao máximo a manipulação das fórmulas, optando-se sempre por ambientes limpos e frescos para o preparo da dieta para sua infusão.

Algo importante a ser ressaltado são as intolerâncias e alergias alimentares, o que é diferente de intoxicação alimentar que seria um processo mais agudo, de rápidas instalação e resolução. A observação principal para tal suspeita ocorre quando sintomas digestivos e sinais cutâneos surgem após a introdução de novos alimentos na dieta da criança. que não causavam normalmente algum sintoma digestivo ou cutâneo, passam a ocasioná-los. Exemplo clássico é a alergia a proteína do leite de vaca (APLV), responsável pelo surgimento de diarreia com sangue ao se introduzir o leite de vaca na dieta infantil.

Medidas importantes

A primeira medida a ser iniciada em uma criança com intoxicação alimentar é a reidratação oral. As soluções de reidratação oral (SRO) devem conter:

  • Carboidrato complexo ou glicose a 2%;
  • 50 a 90 mEq/L (50 a 90mmol/L) de sódio.

O SRO é recomendado pela Organização Mundial da Saúde e é comercializado sem prescrição médica. Vendido sob a forma de pó que é misturado a um litro de água. Pode também ser produzido manualmente adicionando-se, a um litro de água, 3,5g de sal de cozinha, 2,5g de bicarbonato de sódio, 1,5g de cloreto de potássio e 20g de glicose. Há soluções prontas com 45mEq/L de sódio para 140mmol/L de glicose.

Este volume deve ser oferecido de forma fracionada ao longo do dia, cerca de 4 quotas. Em casos em que a diarreia aumenta com a oferta hídrica, esta jamais deve ser reduzida, mas sim oferecida de uma forma mais fracionada, de forma que a criança receba todo volume que lhe foi calculado para um dia.

Recomenda-se também a ingestão de alimentos mais leves e mais bem cozidos, sucos mais bem coados, todos estes oferecidos de forma fracionada ao longo do dia. Sugere-se evitar o consumo de leite de vaca, de alimentos mais gordurosos ou fórmulas hipercalóricas. 

Caso os sintomas persistam por mais de três dias, a criança deve ser levada ao pronto atendimento pediátrico. Alguns sinais de alerta fazem com que esta avaliação seja mais imediata, como por exemplo irritabilidade ou torpor excessivo, fezes com sangue, vômitos incoercíveis, recusa alimentar e redução da força de sucção na mamada.

Entenda como alcançar o equilíbrio alimentar e bem-estar por meio da Terapia Nutricional

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