As gastrites se subdividem em dois grandes grupos. A gastrite erosiva é mais sintomática e consiste na inflamação e erosão do revestimento gástrico. A gastrite não erosiva pode ser caracterizada por alterações no revestimento gástrico que variam desde a atrofia celular até a transformação do tecido gástrico em outro tipo de tecido, como o intestinal (metaplasia).
Há inúmeras causas para a gastrite, a mais comum é a má alimentação. Dietas ricas em sódio e carboidratos simples são grandes responsáveis. A primeira víscera que está quase que diretamente ligada ao ambiente externo é o nosso estômago. Ou seja, situações de estresse, ingestão de alimentos de má qualidade geram sintomas desconfortáveis gástricos.
Ao contrário do que se pensa, os sintomas decorrentes da gastrite não ocorrem por aumento da acidez gástrica. Na verdade o ácido gástrico tem funções importantes em nosso organismo. Ele digere o alimento presente no estômago, inativa germes nocivos ao intestino e atua sobre o equilíbrio da microbiota intestinal. As gastrites, e consequentemente os seus sintomas, decorrema da lesão na barreira de muco que protege a mucosa gástrica.
Outras causas correlacionadas a gastrite são:
> Medicamentos: AAS ou antiinflamatórios;
> Infecção pelo Helicobacter pylori;
> Doenças Inflamatórias: D. de Crohn e radiações.
A gastrite é um doença benigna que tende a se resolver após o tratamento das patologias de base, correção da alimentação e o uso temporário de medicamentos antiácidos, quando indicados.
Quando não tratada de forma adequada, a gastrite pode evoluir para úlceras. Com o advento dos antiácidos, principalmente os inibidores de bomba protônica (IBP) é rara a perfuração destas úlceras.
Certos tipos de gastrite, sobretudo as denominadas atróficas, cursam com anemia. O estômago, além do ácido, secreta uma substância chamada “Fator Intrínseco” que auxilia na absorção de vitamina B12 no intestino delgado. Uma pequena porcentagem das pessoas com gastrite atrófica desenvolve metaplasia. Em uma porcentagem ainda menor de pessoas, a metaplasia pode conduzir ao desenvolvimento do câncer de estômago.
O paciente com gastrite é tratado com uma dieta saudável. Evitar alimentos ricos em sódio é o principal. Reduzir consumo de carboidratos simples, gorduras saturadas e aumentar o consumo de fibras também são medidas eficazes.
O uso de medicação antiácida ou redutores da secreção de ácido gástrico pode ser instituído como medida terapêutica. Lembrando que este paciente deve ser muito bem orientado sobre o tempo limitado de uso destes medicamentos. Caso haja a necessidade de prolongamento deste uso, reavaliações clínicas periódicas devem ser feitas. A regra de ouro no tratamento é deixar claro que gastrite se trata com uma alimentação saudável, associada ou não ao uso de medicamentos. O uso prolongado e indiscriminado destes medicamentos não é recomendado.