O que são lesões por pressão?
As lesões por pressão, também conhecidas como úlceras de pressão ou escaras, são feridas que ocorrem em áreas do corpo sujeitas ao atrito constante. Podem começar com irritações superficiais, como vermelhidão na pele, aparecimento de rachaduras, até se agravarem, afetando outros tecidos, incluindo o ósseo.
As regiões mais comuns para o surgimento das lesões por pressão são a trocantérica, a área dos lados das nádegas, onde fica o maior osso da perna, e a região sacral, entre as nádegas, na parte inferior das costas. Além disso, pode ocorrer em pés e calcanhares ou, até mesmo, na cabeça no caso de crianças.
“Imagine o quanto dói, incomoda e também custa, porque para tratar são gastos vários medicamentos. Dependendo da profundidade, alguns casos precisam de intervenção cirúrgica. Isso significa um um ônus muito grande”, comenta Isabel Correia, cirurgiã e terapeuta nutricional da Eterna.
Desnutrição é um dos principais fatores de risco para as lesões
Geralmente, as lesões por pressão ocorrem quando há fricção constante entre a pele e uma superfície, como o lençol de uma cama. Por isso, pessoas que permanecem acamadas ou sentadas na mesma posição por longos períodos estão mais suscetíveis a desenvolver essas lesões devido à grande pressão em áreas específicas.
“E tem uma grande associação com o estado nutricional da pessoa. Quanto pior o estado nutricional, ou seja, quanto mais desnutrida é a pessoa, maior é o risco. Nós temos trabalhos brasileiros que mostram que desnutrido tem a possibilidade de ter uma lesão por pressão quase vinte vezes maior do que o indivíduo que não é desnutrido”, explica Isabel Correia.
Também está relacionada a pacientes com diabetes, pacientes que estão sedados, ou seja, que não conseguem se mover na cama.
Os cuidados devem ser multiprofissionais
“As lesões por pressão não deixam de ser uma complicação associada a fatores de risco que podem ser prevenidos. Então se um idoso está acamado e desnutrido, por exemplo, é preciso ter um cuidado extra para evitar que a lesão apareça. Não acontece de um dia para o outro, é precisa intervir precocemente para não deixar chegar aos casos graves”, alerta Isabel.
Ela completa afirmando que esse cuidado é papel de todos que acompanham o paciente. Por isso, a prevenção deve ser interdisciplinar. E o tratamento também. Uma equipe composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas nutricionais trabalhará em conjunto para desenvolver um plano personalizado. Isso inclui a avaliação diária do paciente quanto ao surgimento de sinais iniciais, adequação das posições para aliviar a pressão, principalmente para aliviar as áreas mais vulneráveis, utilizar técnicas adequadas de mudança de posição para minimizar o atrito.
No tratamento, deve ser usado curativo apropriado para o caso da pessoa, além da terapia nutricional também individualizada para garantir a ingestão adequada de proteínas, respeitando o bom funcionamento do rim, e de outros nutrientes essenciais.
